Quinta, 18 Janeiro 2018 17:44

A distorção da lógica pelas convicções

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Esta semana comentei um post do amigo Robson Xavier que trazia um o artigo sobre uma obra abordando as contradições apontadas por um modelo de lógica formal que evidenciou uma série de inconsistências de uma sentença baseada em ilações e hermenêutica não fatídica.
 
Chamou-me a atenção um comentário de um velho político cearense que opinou trazendo a lógica para o campo das preferências e convicções.
 
Estão querendo matar até a semântica formal (lógica) passando por cima das regras, sentenças e inferências que compõem os modelos lógicos para se chegar aos resultados. 
 
Quem já tem uma oposição consolidada ao Lula desde dos idos do nascimento da redemocratização só encontrou guarita nos últimos episódios para externar seus sentimentos mais íntimos.
 
Caso não tenham lido o livro "A Águia e a galinha" de Leonardo Boff,  aconselho o amigo a fazer uma leitura para viajar sobre toda a filosofia da condição humana que envolve a obra, destaco sua importância para ilustrar esse espaço de leitura e contexto, a partir do recorte do trecho introdutório, em que o autor exalta a questão da leitura, conforme o contexto.
 
"Ler significa reler e compreender, interpretar. Cada um lê com os olhos que tem. E interpreta a partir de onde os pés pisam. 
 
Todo ponto de vista é a vista de um ponto. Para entender como alguém lê, é necessário saber como são seus olhos e qual é sua visão de mundo.Isso faz da leitura sempre uma releitura. 
 
A cabeça pensa a partir de onde os pés pisam. Para compreender, é essencial conhecer o lugar social de quem olha. Vale dizer: como alguém vive, com quem convive, que experiências tem, em que trabalha, que desejos alimenta, como assume os dramas da vida e da morte e que esperanças o animam. Isso faz da compreensão sempre uma interpretação. 
 
Se você pisa nas terras das injustiças, das intolerâncias e dos ódios ao próximo ... irá condenar na primeira oportunidade.
 
Algumas vezes se criam contextos para dar um ar de legalidade como forma de justificar os acontecimentos ou ações realizadas.
 
Este recurso de convencimento é milenar e atravessou séculos e séculos ... os homens das leis da época de Jesus Cristo se apoiaram nos mesmos recursos para justificar e dar uma de legalidade para crucificar os Rei dos Reis.
 
Por isso, todos (inclusive eu e você) tendemos a interpretar conforme nossas vivências locais e as estradas percorridas.
 
A peça em questão é uma prova cabal da distância entre o direito e a justiça. O primeiro voltado para atender os interesses de quem opera o direito e os contextos momentâneos; o segundo é centrado no alcance da justiça social.
 
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Prof. Ivan Oliveira

Tem formação acadêmica em Telecomunicações na Escola Técnica Federal do Ceará (ETFCE), graduação em Engenharia Elétrica com ênfase em Teleinformática pela Universidade Federal do Ceará (UFC), mestrado em Comunicações Móveis pelo Politécnico de Turim e também mestrado em Teleinformática pelo Departamento de Teleinformática (DETI).

www.ivanoliveira.org
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