Terça, 21 Abril 2015 14:59

Facebook, terra de juízes míopes e seletivos!

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A vida em tempo real é território para produzir hipócritas, escarnecedores e senhores de verdades superficiais, eivadas de senso comum, que criticam/condenam duramente o pecado dos outros e, magicamente, ignoram seus erros, desvios de condutas e até os pecados à luz das escrituras.
 
Em terras de Mark Zuckerberg, é comum ver pessoas criticando duramente ou condenando outras, quando elas mesmas são culpadas dos mesmos atos, mas reserva este fato na sua intimidade e na sua ética seletiva que é errado/pecado para o próximo e uma condição de exceção para si próprio ou quem esteja na fronteira de amizades/afetos.
 
Sob os auspícios das boas maneiras aprendidas com gente simples, humilde e séria, àquele que faz esse tipo de julgamento inaceitável não é simplesmente o fato de que a pessoa fazendo a acusação também é culpada. O que é ofensivo é o fato de que a pessoa fazendo a acusação se diz (ou finge ser) inocente.
 
O hipócrita finge ser justo quando na verdade não o é. Por outro lado, quando uma pessoa diz: “Você e eu somos culpados disto e temos de mudar”, isto não é hipocrisia.
 
Enchem-se a timeline com palavras, opiniões, desejos negativos a outrem, de ódio ao próximo mesmo que desconheçam os fatos como eles são, mas vale tudo para parecer antenado, conectado, informado e revoltado com tudo de ruim que o mundo produz, como não fossemos parte dele e responsáveis por esta onda de energias negativas se amplificar dia a dia na humanidade.
 
Aos olhos dos justos das linhas do tempo, hipócritas digitais, não existe risco para disseminar meias verdades, hoax's e deméritos a terceiros. Basta um clique, um compartilhamento e/ou comentário numa postagem para alimentarem sua sede de justiça e seu espírito de julgador dos pecadores, sem combater o pecado que muitas vezes pode assolar sua vida e/ou dos mais próximos do seu cotidiano.
 
É como combater uma doença matando e perseguindo os doentes e esquecendo de eliminar seus vetores de contaminação e disseminação (p.e. vírus, bactérias, etc).
 
Os julgamentos dos tribunais das redes sociais é rico de hipocrisias, de ética seletiva e entendedores de tudo. Isso é aceitável para você? Ou os ditames deste texto também está tomado por este mal da vaidade do cidadão exemplar e sem erros?
 
Então, devemos simplesmente usar da prerrogativa do discurso de que todos os críticos são hipócritas e ignorá-los? 
 
Minha resposta pessoal é NÃO!
 
Preste atenção em todas as críticas e julgamentos de terceiros, mesmo pecadores e hipócritas, a seus olhos. Deus às vezes usa pessoas com más intenções para comunicar algo verdadeiro a outros (Fp. 1:15-18).
 
Não é por serem falsos que julgamentos hipócritas  são inaceitáveis – eles podem até serem verdadeiros. Eles são inaceitáveis justamente porque são hipócritas. Os hipócritas que julgam outros serão eles mesmos julgados, e portanto têm de lidar com seus próprios pecados primeiro (Mt. 7:1-5).
 
O fato de serem hipócritas, entretanto, não prova por si só que tais acusações sejam falsas. Jesus até disse que os fariseus hipócritas normalmente estavam certos no que diziam; o problema é que eles não seguiam seus próprios conselhos (Mt. 23:1-3). 
 
Há nisso uma importante lição para nós. Se formos alvos de críticas vindas de pessoas que consideramos hipócritas, não devemos, por causa de sua hipocrisia, simplesmente desconsiderar tais críticas. Ao contrário, devemos examinar se a crítica tem fundamento. Como se disse acima, Deus às vezes usa pessoas com más intenções para comunicar algo verdadeiro a outros (Fp. 1:15-18).
 
Vivemos em um mundo de pessoas imperfeitas, então, não podemos esperar críticas somente de pessoas ditas perfeitas. De fato ninguém o é, mas isso não os impedem de às vezes estarem corretas naquilo que afirmam. 
 
Muitas vezes as pessoas não dão ouvidos a nenhuma crítica, com base nesta ideia de que ninguém é perfeito e ninguém pode julgar seus erros. 
 
As advertências bíblicas contra a hipocrisia não têm por objetivo nos paralisar no que diz respeito a expressar discordância com outros, mas sim nos alertar para a importância de lidarmos com nossos próprios pecados.
 
Reflita sobre suas críticas disparadas aos ventos aladas nas linhas do tempo. Façam-as olhando olho no olho, com uma ligação telefônica, no intervalo do trabalho, numa conversa no fim de semana, com uma mensagem direta.
 
Aos Cristãos, leitores deste texto, digo-vos que nem Jesus proibiu todo tipo de julgamento, como se pode atestar no trecho: “não julgueis pela aparência, e, sim, pela reta justiça” (Jo. 7:24); mas, deixo um grifo que o problema não é se julgamos ou não, mas como julgamos os outros irmãos, amigos, personalidades públicas, políticos, etc.
 
Enfim, não podemos nos concentrar somente nas evidências externas e julgar de acordo com alguma intuição mística, mas buscar a sabedoria passada por seus pais, por sua família, por aqueles que vos amam, para emitir seus julgamentos no tradicional Tribunal das Mídias Sociais.
 
Não sei exatamente o que me inspirou a escrever estas palavras, mas não poderia deixar de compartilhar este sentimento com meus amigos e seguidores das linhas do tempo do facebook e do twitter.
 
Tenham um feriado de Tiradentes abençoado e produtivo. Amanhã a semana recomeça com a labuta diária.
 
Um forte abraço!
 
Prof. Ivan Oliveira​
Ler 1686 vezes Última modificação em Terça, 21 Abril 2015 15:39
Prof. Ivan Oliveira

Tem formação acadêmica em Telecomunicações na Escola Técnica Federal do Ceará (ETFCE), graduação em Engenharia Elétrica com ênfase em Teleinformática pela Universidade Federal do Ceará (UFC), mestrado em Comunicações Móveis pelo Politécnico de Turim e também mestrado em Teleinformática pelo Departamento de Teleinformática (DETI).

www.ivanoliveira.org
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