Sábado, 07 Março 2015 17:28

A Reforma Política e a carreira de 'Político Profissional'

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Na última sexta-feira (06/03/2015), participamos da discussão promovida pela Assembleia Legislativa do Ceará (ALCE) sobre Reforma Política e mais uma vez tenho a certeza que não haverá uma reforma digna sem a participação popular.
 
Todos da mesa ou ocupantes da palavra proferiram às questões de limitação dos mandatos consecutivos do poder executivo, mas nem citaram a possibilidade de limitar quantidade sucessiva de mandatos de vereadores, deputados federais, estaduais e distritais e senadores.
 
Sem desrespeitar a história de nenhum dos políticos presentes na ALCE, tinha parlamentar com mais de 40 anos de atividade legislativa...como se pode ter rotatividade e renovação no congresso, assembleias ou câmaras?
 
Não temos dúvidas da necessidade de mudar a lei político-eleitoral do Brasil, mas, sem a participação do povo e dos movimentos sociais, os interesses do povo serão atropelados pelos atuais congressistas.
 
Ontem esperava alguém tocar no assunto ou abrir o púlpito para ocupá-lo reivindicando a inclusão da discussão sobre a rotatividade e não duração permanente de mandato para combater a chamada carreira de 'político profissional'.
 
Você sabe o que é a figura do "político profissional"?
 
É um fenômeno identificado por diversos cientistas políticos, merecendo reprovação quase unânime, sendo que a falta de limitação do exercício dos mandatos parlamentares, produz uma verdadeira oligarquia legislativa, ou casta entre os deputados ou vereadores novatos e os veteranos, fazendo com que não haja oxigenação de ideias ou renovação dos quadros dirigentes nas cidades, nos Estados e no país, sempre dependente da atuação de grandes caciques regionais ou nacionais.
 
Ninguém tem pautado abertamente a discussão desta pauta, mas, além da PEC 32/2015 que pede o fim da reeleição para todos os cargos executivos (presidente da República, governadores de estado e do Distrito Federal e prefeitos), existe a PEC 50/2015, assinada pela senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e outros 27 parlamentares, que tem o propósito de acabar com o político profissional no âmbito do Poder Legislativo.
 
A reforma política em pauta no congresso precisa acabar com a profissionalização na política e promover a oxigenação de ideias e a renovação dos quadros dirigentes dos diversos poderes; das cidades ao planalto central.
 
Hoje a atividade política se tornou uma carreira, em que muitos dos que nela ingressam não mais retornam para as suas atividades profissionais de origem e vivem/dependem literalmente da atividade política.
 
Ao invés do discurso fácil e cansativo encontrados nas redes sociais, vamos às ruas cobrar uma reforma política democrática que envolvam a participação dos cidadãos em geral, os movimentos sociais e de todos/quaisquer organização que queiram contribuir para este momento importante para o país.
 
Ressalta-se que os cargos eletivos não deveriam ser encarados como PROFISSÃO, mas como uma MISSÃO de qualquer cidadão que pretende dar sua contribuição para seu país, estado ou município.
 
Se tivesse efetivamente uma Reforma Política Democrática, então os vereadores e deputados só poderiam exercer dois/três ou, no máximo, quatro mandatos consecutivos pela legenda e senadores, um ou dois.
 
Fique ligado neste tema da Reforma Política, pois ela pode ser o caminho mais concreto para correção das distorções e para o combate da histórica corrupção no Brasil.
 
Reflitam!
Ler 2323 vezes Última modificação em Sábado, 07 Março 2015 17:38
Prof. Ivan Oliveira

Tem formação acadêmica em Telecomunicações na Escola Técnica Federal do Ceará (ETFCE), graduação em Engenharia Elétrica com ênfase em Teleinformática pela Universidade Federal do Ceará (UFC), mestrado em Comunicações Móveis pelo Politécnico de Turim e também mestrado em Teleinformática pelo Departamento de Teleinformática (DETI).

www.ivanoliveira.org
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