Quarta, 02 Janeiro 2013 11:28

POR QUE CRIAR UMA SECRETARIA MUNICIPAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA?

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POR QUE CRIAR UMA SECRETARIA MUNICIPAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA?
 
>>> Para incorporar técnicas inovadoras ao trabalho realizado por toda a administração pública >>> Para reduzir as desigualdades sociais com a transferência direta de tecnologia >>> Para criar canais de comunicação permanente entre empresas, pesquisadores e instituições sociais >>> Para usufruir de financiamentos nacionais e internacionais >> para promover a inclusão sócio digital >> para desenvolver soluções corporativas livres e de código aberto >> para universalizar o acesso à informação e à internet >> para prover a infraestrutura de tecnologia e de recursos humanos para os órgãos da administração direta e indireta...entre outras funções importantes da Secretaria da Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico (seja qual for o nome dado ao órgão da administração direta ou indireta para cuidar da tecnologia e inovação no município).
 
As secretarias municipais de ciência e tecnologia assumiram diferentes formas em todo o Brasil. Vejamos alguns exemplos. Em Rio das Ostras, cidade turística no estado do Rio de Janeiro, o órgão administra políticas públicas de inclusão digital, capacitação profissional e transporte universitário. Uma parceria com a Universidade Federal Fluminense busca estabelecer na cidade um pólo universitário (www.puro.uff.br), com a oferta de seis cursos de graduação.
 
Distante apenas 28 km, no município vizinho de Macaé, a ênfase é na prestação de serviços. É a secretaria de ciência e tecnologia quem administra os serviços de informática da prefeitura (recursos humanos e portal da transparência), monitoramento eletrônico, comunicação online e inclusão digital. Na cidade também funciona um posto avançado da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf).
 
Em Anapólis, Goiânia, a situação é diferente. Apesar de ter alocadas no órgão as mesmas políticas públicas de inclusão digital e gestão de sistemas de informação, a secretaria atua como órgão de mobilização de recursos do governo estadual e do MCT. É comum reunião com empresários da região para explicar as formas de acessar recursos do edital de Subvenção Econômica do Ministério de Ciência e Tecnologia, por exemplo, com a presença da associação comercial do município e da federação das indústrias.
 
A secretaria municipal de ciência e tecnologia de Florianópolis, em Santa Catarina, mantém a inclusão digital na pauta, incluindo no seu rol de atividades o desenvolvimento dos talentos locais. A iniciativa busca diminuir a carência de recursos humanos no setor industrial e está associada ao estabelecimento de redes entre as instituições de pesquisa e ensino superior da região.
 
O município de São Carlos, em São Paulo, nomeia o órgão responsável pelas políticas públicas do setor de secretaria municipal de Desenvolvimento Sustentável, Ciência e Tecnologia. Diferente do que parece à primeira vista, a inovação no nome do órgão significa somente a alocação do turismo na pasta, associada a incentivos às cadeias produtivas do município que adotem políticas de qualidade nas suas instalações.
 
Cada cidade deu características próprias para a secretaria municipal de ciência e tecnologia. Contudo, fica claro nessa breve exposição o pouco uso das potencialidades que uma estrutura administrativa deste porte propicia. Em seguida, vamos sugerir uma estrutura básica e a sugestão de lei para os municípios que se interessem pela oportunidade de subir um estágio no planejamento e execução de políticas públicas inovadoras.
 
Qual é a melhor estrutura administrativa do órgão Ciências, Tecnologia e Inovação (C&TI) para seu município?
 
Já é hora de Fortaleza ter uma secretaria específica para tratar das questões de C&TI.
 
A cidade tem um potencial enorme para a cadeia de produção e os caminhos orçamentários existem para o atual prefeito incluir na reforma administrativa a ser encaminhada nos próximos dias à Câmara Municipal de Fortaleza.
 
A Lei Orçamentária Anual (LOA) do município de Fortaleza ou LEI No 9.962 DE 24 DE DEZEMBRO DE 2012 é responsável por estimar a Receita e fixar a Despesa do Município para o exercício financeiro de 2013.
 
Veja algumas dotações orçamentárias distribuídas em vários programas e ações na LOA2013 que poderiam ser usados para remanejamento orçamentário da nova secretaria ou autarquia ou agência ou qualquer órgão de C&TI:
 
1005 Tecnologia de Informação e Equipamentos de Informática VALOR R$ 5.000.000
 
0111 Políticas Públicas de Tecnologia da Informação VALOR R$ 1.990.836
 
0112 Gestão da Tecnologia da Informação VALOR R$ 11.596.331
 
0113 Tecnologia da Informação Corporativa VALOR R$ 1.462.750
 
0113 Tecnologia da Informação Corporativa VALOR R$ 2.040.000
 
1521 Reestruturação da Célula de Tecnologia da Informação VALOR R$ 6.331.000
 
04.126.0112.1521 Reestruturação da Célula de Tecnologia da Informação VALOR R$ 6.331.000
 
0013 Modernização das Administrações Tributárias Municipais
04.126.0013.1005 Tecnologia de Informação e Equipamentos de Informática VALOR R$ 5.000.00
 
0112 Gestão da Tecnologia da Informação VALOR R$ 5.363.987
 
0057 Melhoria da Qualidade da Educação Básica
12.368.0057.1008 Desenvolvimento de Projetos e Tecnologias Educacionais VALOR R$ 764.149.962
 
0112 Gestão da Tecnologia da Informação VALOR R$ 271.128
 
0112 Gestão da Tecnologia da Informação VALOR R$ 11.372.000
 
0111 Políticas Públicas de Tecnologia da Informação VALOR R$ 2.562.026
 
Esta lista é apenas uma amostra de algumas rubricas da LOA 2013 que poderão ser usadas para a criação do órgão C&TI.
 
Este passo/decisão marcaria uma história de organização administrativa da Prefeitura Municipal de Fortaleza (PMF) e do desenvolvimento tecnológico da cidade.
 
Os caminhos orçamentários estão postos...agora falta somente vontade política para incluir órgão de C&TI na reforma administrativa.
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Prof. Ivan Oliveira

Tem formação acadêmica em Telecomunicações na Escola Técnica Federal do Ceará (ETFCE), graduação em Engenharia Elétrica com ênfase em Teleinformática pela Universidade Federal do Ceará (UFC), mestrado em Comunicações Móveis pelo Politécnico de Turim e também mestrado em Teleinformática pelo Departamento de Teleinformática (DETI).

www.ivanoliveira.org
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